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A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

Qua | 14.06.17

Os Taxistas na noite de Santo António

P.A

Antes de mais, devo dizer-vos que esteve uma noite fantástica na noite de Santo António em Lisboa. Temperatura perfeita, ambiente de festa e uma conhecida minha a tirar imperiais na tasquinha. Perfeito! Conseguimos reunir todos os ingredientes necessários para uma grande festa.

Mas o problema nem foi a festa em si. O problema foi sair dela.

 

Imaginem por momentos que são 4 da manhã e estão a 4 quilómetros de casa, acompanhados, e que alguns elementos do vosso grupo estão cansados, incapazes de assumir tal caminhada. Subitamente avistam ao longe uma fornalha de táxis com a sua luz verde, de salvação, ligada. Que sorte! 

Nunca estive perdido no deserto, mas será certamente um sentimento idêntico ao de observar um pequeno oásis lá ao fundo. Só que com menos bigode.

 

Chegámos e abordámos de imediato o táxi mais próximo. Mas antes que conseguisse abrir a porta [que estava trancada], pergunta-me prontamente o senhor taxista: "Para onde querem ir?"

Digo-lhe o destino.

"É muito curta a viagem de carro. Não podem entrar!"

Fecha o vidro e avança ligeiramente o carro como se eu fosse um insecto prestes a invadir o seu espaço. Ah que maravilha, eu, o melga, obrigado por me fazer sentir assim.

 

Bem, mas não vamos estar já a caracterizar toda uma profissão, apenas porque um inegrume está mal disposto ou que ao invés de perceber que está a lidar com pessoas, pensa que afinal transporta apenas euros.

Meu caro amigo, você devia era dedicar-se à sua real vocação: Transporte de valores. Vá por mim. Nasceu para isso.

 

Aproximamo-nos então do segundo taxista. Vou para falar e surge exactamente o mesmo texto. E porta trancada também.

 

Mau, então afinal queres ver que eles dão isto lá na escola?

Deve ser na disciplina de "Como publicitar a UBER" certamente. Alunos de 20 aqui. Servido pelos melhores. Que orgulho. Assim vale a pena!

Face a nova resposta torta de um senhor taxista, eu, ligeiramente agastado, pergunto "Olhe, por acaso não tem livro de reclamações?"

A resposta foi rápida:

Um pé a fundo no acelerador que me obrigou a retirar a cabeça rapidamente da janela do táxi. Caso contrário estaria, neste momento, pela certa, a escrever-vos da sala de estar do meu dentista.

Ai estes taxistas, era uma piada! Eu não ia mesmo escrever! Mentira, ia.

Ai esta malta sem sentido de humor! E aparentemente sem livro de reclamações, também.

 

Bom. Hora de apontar ao terceiro taxista. Isto foi só azar, este terceiro tem cara de ter chumbado no curso. Agora é que é.

 

Mas este, mal viu o seu colega a acelerar depois de falar comigo, foi bem mais prudente.

Antes que tivesse de me mostrar que afinal era mesmo bom aluno e dono do diploma de 20 valores em "A UBER é muito melhor", optou por desligar as luzes de serviço, numa espécie de mecanismo de defesa, digna de um texto do grande orador da BBC Vida Selvagem [Eduardo Rêgo]:

"A espécie taxista, para sobreviver na natureza, adapta-se ao meio ambiente, desenvolvendo esta fabulosa arte de camuflagem/simulação de morte. Este acto de camuflagem ou de se fazer de morto, é representado pelo acto de desligar as luzes de serviço e de seguida ficar imobilizado a olhar para o infinito, ignorando totalmente quem lá está fora. Desta forma consegue fugir aos seus predadores, os clientes indecentes, que moram a menos de 4 km e lhe querem pagar apenas 8 euros pela viagem."

 

A sério. Eu que os veja a abanar carros da UBER outra vez. Isso sim foi vida selvagem. 

 

Va lá que aquilo das meninas virgens serem violadas que disseram, até faz sentido. Como vos disse, caros leitores, nem tudo é mau.

 

Relativamente à UBER, o serviço estava com algum tempo de espera, o que cada vez percebo mais, dado o comportamento dos camaleões/simuladores taxistas que acabara de conhecer. No entretanto, enquanto decidíamos o que fazer, passa por nós um autocarro da Carris que nos deixaria a apenas 1 km de casa. Já era uma pequena vitória.

 

E assim foi.

 

Obrigado CARRIS, afinal eras tu o oásis.

 

 (imagem)

 

P.A

P.S - Caro leitor, caso esteja ainda a pensar no assunto. Sim, é irónica a frase onde concordo que as virgens que devem ser violadas. Claro que é. Até porque na realidade existem 12 signos e seria uma forma bastante racista de ver a coisa.

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