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A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

Qua | 19.12.18

O Natal e a Passagem de Ano

P.A

Com o aproximar do fim de ano existem  3 coisas que não falham: O Natal, A passagem de ano e uma lista de objectivos falhados, feitos no ano anterior.

 

Mas não é da minha falta de controle em ser educado enquanto conduzo que prometo todos os anos que vou melhorar que vos vou falar hoje. Ou da promessa de comer menos chocolates. Ou mesmo da minha tentativa de deixar de ser tão sexy.

Esta última então, tenho falhado redondamente. 

 

Prefiro falar-vos do Natal e da Passagem de Ano. Essas duas festividades separadas no tempo por apenas uma semana, mas completamente opostas.

 

O Natal aparece primeiro, como uma espécie de festa irmã mais velha, mandona, mais rígida, mais séria na forma como se festeja. "Todos à mesa meninos!", "Só se podem abrir as prendas depois da meia noite!", "Não voltes a puxar a cadeira da bisavó senão ela cai outra vez Pedro!" São alguns dos exemplos que ouvimos nesta festa armada em irmã mais velha.  Onde é normal subornar crianças a conviver com a madrinha do primo da sogra do pai em troca de prendas e doces e os adolescentes só estão presentes fisicamente, uma vez que só se riem para o smarphone e nem se apercebem que ali, mesmo ao lado, o Pedro já voltou a tombar a cadeira da bisavó.

 

A televisão está ligada toda a noite e independentemente do canal, está a dar um qualquer "Sozinho em Casa". Em que o espírito de Natal se resume a uma família disfuncional em que os pais se esquecem sempre e somente daquele filho em particular e nunca das chaves de casa.  Claro que o rapaz tinha de ficar com sequelas e acha normal usar o cartão de crédito do pai para comprar armadilhas para ladrões, além de pensar que só se pode desejar Feliz Natal depois de se atirar um tijolo à testa de alguém.

 

A Passagem de ano por seu lado é a festa rebelde desta última semana do ano. Depois daquele sufoco familiar que foi a noite de Natal na semana anterior. É também a altura do ano em que as crianças saiem do casulo e se tornam oficialmente adolescentes e aprendem finalmente a arte de negociar presenças em eventos familiares. Em que os pais ouvem escandalizados pela primeira vez algo como: "Pai, Mãe, Eu passei o Natal com vocês, agora vou passar a passagem de ano com os meus amigos!".

 

Os mais velhos por sua vez, ficam sozinhos. E a bisavó do Pedro passa finalmente uma noite descansada, pelo menos até acordar com o último foguete do fogo de artifício das 0 horas.

 

Se por um lado é possível deixar as compras de Natal para a última e não ser notado, na passagem de ano, basta ver quem está no Terreiro do Paço.

 

Parece uma reunião de "Deixei para a última e Não Arranjei nada Melhor" Anónimos.

 

Se estão a ler isto e ainda não marcaram onde vai ser a passagem de ano deste ano, não se preocupem, encontramo-nos no terreiro do paço.

 

P.A

 

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Este foi o 27º texto da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com a Rita da Nova. A ideia é irmo-nos desafiando uns aos outros através da escrita e escrevermos sobre temas que saem um pouco da nossa zona de conforto ou registo. Mas não só entre nós! Vocês também podem sugerir temas e escreverem também se gostarem das sugestões!

Este tema foi minha sugestão, vejam o que Rita escreveu no blog dela!