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A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

Qua | 06.03.19

Aquele animal que nos diz algo

P.A

Ao longo da nossa vida muitos são os animais com os quais nos cruzamos. Desde aqueles que se atravessam à nossa frente no trânsito, sem piscas, e depois ainda nos acenam educadamente com o dedo do meio ou aqueles mais matreiros que, de fininho, nos tentam passar à frente na fila do hipermercado e no final ainda nos sorriem com a maior cara de pau.

 

Ambos são mamíferos como nós, porém, não inteligentes.

 

O que é certo é que desde muito novos vamos aprendendo a conviver com estas espécies aparentemente nossas irmãs, mas por ventura bem distintas.

 

O nosso zoo pessoal começa desde cedo a ser construído. A escola é a nossa primeira aventura social na selva da vida.

 

Rapidamente identificamos o "brutus-gordinus" da turma, aquele animal que sempre que nos diz algo, não se percebe nada, porque ainda tem meia perna de frango na boca.

 

Ou "garanhão-sexyali", que padece de um problema genético grave de produção hormonal caracterizado pela produção excessiva de feromonas. Atraindo assim todas as raparigas da turma.

 

Ou o oposto, o "geek-oculus" que a única hormona que o seu corpo conhece é o livro de História.

 

De modo geral são estes os três tipos de animais machos que encontramos na escola nos primeiros anos. Mas existem muitas variantes.

 

Eu, por exemplo, fui um "geek-magricelus". Basicamente a minha vida era passada a recear os "brutus", porque eu era "magricelus", a invejar os "sexyali" porque seduziam todas as raparigas e não sobrava nenhuma para mim e um misto de gabar e agradecer a Deus não ser "oculus".

 

Hoje em dia sou informático, claro.

 

Mas um "Informáticus-sem-oculus" se faz favor.  


E é nesta óptica de um geek-magricelus evoluído que hoje vos vou falar de um outro animal que me diz muito.

E não, não é a minha sogra. Que embora me diga, literalmente, muito e tenha uma casota especial no meu coração, não ultrapassa este.

 

Falo-vos da pessoa que criou este animal que vos escreve - a minha avó.

 

Que transformou o magricelus em homem.

 

Foi, é, e continuará a ser sempre aquele animal que nunca esquecerei. 

 

Isto se o outro animal do Alzheimer permitir, claro.

 

Fiquem bem animais.

 

(imagem)

 

P.A.

 

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Este foi o 32º texto da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com a Rita da Nova. A ideia é irmo-nos desafiando uns aos outros através da escrita e escrevermos sobre temas que saem um pouco da nossa zona de conforto ou registo. Mas não só entre nós! Vocês também podem sugerir temas e escreverem também se gostarem das sugestões!

Este tema foi sugestão da Rita, vejam o que ela escreveu no blog dela!

Para daqui a 15 dias, que tal falarmos de coisas que nos irritam?