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A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

Dom | 29.10.17

O São Martinho e as alterações climáticas

P.A

O político norte-americano e Nobel da Paz Al Gore deixou ontem uma mensagem de esperança na apresentação da sequela do filme “Uma verdade inconveniente”, afirmando que as pessoas podem e vão vencer a luta contra as alterações climáticas.

Mas alterações climáticas onde? Digam-me lá? Então e o outro senhor de cabelo engraçado, que pelos vistos esse sim, até conseguiu chegar a presidente dos EUA, não diz exactamente o contrário?

 

Numa mensagem gravada em vídeo, Al Gore começou por dizer que em cada dia as pessoas do mundo produzem 110 milhões de toneladas de emissões de gases que provocam o aquecimento global na atmosfera, “como se fosse um esgoto aberto”.

Claro que me pus logo a fazer as contas para saber qual a minha quota parte neste bolo gaseificado mundial.

 

Ora somos 7,6 biliões.

Temos 110 milhões a reivindicar por esta malta toda que anda aqui só a curtir e depois não limpa nada. Portanto, isto tudo dividido, dá à volta de 0,014 kg, ou seja, 14 gramas de emissões de gases por dia e por pessoa.

14 gramas? Eu? Por dia? Lamento mas não pode ser. Não estou à altura deste grupo gaseificado.

Sinto-me flatuexcluído. E pior, inocente.

 

Logo eu que primo pela rara flatulência, embora seja bastante acutilante quando se verifica - devo acrescentar -, tenho de agora fazer parte da média gasosa? É que só o meu primo, esse artista de "artes flatas", emite quantidades impressionantes. Principalmente à tardinha, no lusco fusco. São ali 5-7 minutos de pura Avenida da Liberdade em hora de ponta. Até dá para sentir aquela brisa. Quase como quando um autocarro passa por nós e nos contempla com aquela nuvem no fim. E neste caso, este autocarro, nem se move a grão ou feijão. Não precisa. Funciona sem chumbo mesmo.

 

Mas atenção, eu sou a favor e aceito tomar medidas, claro, mas desde que proporcionais ao nosso cavalheirismo intestinal. Os camiões também pagam mais nas portagens e eu, que nesta equação sou um simples Smart for Two, não faz sentido pagar o mesmo. Não somos todos irmãos. Ele é meu primo, se faz favor.

 

Mas tirando o facto de agora já saberem o valor médio dos gases que emitem por dia e ficarem satisfeitos com o vosso contributo, tenham em consideração que são contabilizados para este total todos os factores poluentes, desde o nosso carro, lixo, consumo de electricidade, etc. O que de facto eleva o meu primo a um estatuto digno da revista Forbes.

 

Mas voltando a Trump. Alterações climáticas onde?

Digam-me.

Sempre existiram alterações climáticas. Não é nada de agora. Que eu saiba, nunca vivemos num regime de constantes climáticas. Senão como é que os funcionários do IPMA falhavam tanto? 

 

Mesmo assim, pelo menos cá em Portugal não noto nada de especial.

Ainda ontem à noite quando ia na rua, lá estava a senhora das castanhas como é costume todos os anos. Sempre no mesmo sítio, como todos os anos, e sempre com a sua mota das castanhas, tudo como de costume. Até o slogan é o mesmo:

"Olha as castanhas! "Quentes e boas! Quentes e boas!"

E eu, olha é mesmo isto! Até me dá jeito. Vou agora comprar umas castanhas para ver se ainda vou a tempo de ser honrar a média gasosa que me compete.

 

Até que a senhora me pergunta:

"Temperatura ambiente ou mais frescas?"

 

Tudo na mesma.

 

P.A

 

P.S1 - Um abraço especial ao São Martinho. Parece que já não é preciso cortares mais do teu manto para protegeres do frio os sem-abrigo que encontras pelo teu caminho. Não deve ser fácil teres investido tanto em roupa de inverno para agora ser isto. Faz como eu, mete no OLX.

 

P.S2 - Se puderem vejam o documentário do Al Gore. Mais info aqui.

 

P.S3 - Pensem bem antes de flatular.

 

P.S4 - Ah e um abraço Bruno. Primão!