A Bela e o Monstro em 2017
É verdade, está de volta um dos clássicos da Disney.
No entanto muita coisa mudou.
A magia de um filme da Disney começava mesmo antes de entrar na sala. Bastava procurar os pais que tinham uma criança pendurada a puxares-lhe o braço de forma irritante, e ao mesmo tempo uma cara de que "Eu até ia era ver o Instinto Fatal..." mas como era um pai/mãe altruísta, lá tinham de ir à sessão da bonecada. Outra vez.
Era fácil e sabia-se logo que filme ia aquela família feliz ver.
Mas agora não. Entrámos num novo ciclo. Aquelas crianças penduradas cresceram e são agora pais. Os pais que conhecem a Disney.
E o que vemos agora em casa?
O filho com o comando na mão a querer ver o The Walking Dead e o pai o Pinocchio.
Eu até acho bem. No caso de passarmos mesmo por um cenário pós-apocalíptico, na verdade, aprende-se mais com o Rick. O Gepeto que me desculpe, mas fazer bonecos de madeira não me permitia chegar vivo à sétima temporada.
Por isso, caros Pais, caras Mães...
Por favor deixem os vossos filhos ver o filme como os vossos pais, aborrecidos, vos deixaram.
Parem de vibrar por filmes da Disney. Não estraguem tudo.
Correm o risco de ao recordar velhas memórias não se controlarem e vibrarem em demasia, chorar, saltar ou pior, serem spoilers. Que pai é bom pai se é spoiler para o seu filho? Pensem nisto.
Peço apenas um esforço adicional. Que se contenha nas salas de cinema e não incomode em demasia os seus filhos que também pagaram bilhete e não estão para aturar criancices. Para isso tinham ficado na escola.
Não chore. Não pela sua dignidade, mas para evitar que o seu filho, preocupado consigo, deixe de ver o filme. Está a pôr em risco a recepção da mensagem que você tão bem recebeu quando era mais novo.
E tudo graças aos vossos pais.
Rijos que nem uma porta, que apenas estavam interessados na esplêndida decoração do tecto do cinema São Jorge durante a estreia da Bela e o Monstro em 1992.
Vá, conto convosco, está bem?
Abraço.
P.A