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A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

Sex | 28.12.18

Este Natal vi o Sozinho em Casa e não fez sentido

P.A

Só porque aconteceu de novo este ano, volto a partilhar este alerta convosco.

É verdade.

Não foi planeado. Aconteceu.

Este Natal tive o azar de ficar num lugar da mesa virado para a TV e de repente dou por mim a assistir a um dos filmes mais Natalícios de sempre. Não consegui evitar.

Eu sei que parece uma desculpa esfarrapada de um viciado em filmes que batem, mas prometi a mim mesmo que não faria aqui qualquer tipo de piadas, nem drogas nenhumas sobre o Macaulay Culkin.

 

Na realidade, nem foi o primeiro Sozinho em Casa. Foi a sequela.

E foi exactamente por isso que pela primeira vez parei uns instantes e pensei no que se passa realmente neste filme de 1992.

 

E se o Sozinho em Casa fosse em 2018? Já pararam para pensar?

Provavelmente nem haveria sequela! Primeiro porque existe agora uma coisa chamada telemóvel. O rapaz ligava a descompor a mãe e já não ficava sozinho em casa.

Depois, mesmo sem telemóvel, a TVI descobria a situação, fazia uma grande reportagem em horário nobre sobre a problemática do abandono de menores e a mãe da criança era prontamente detida por negligência em 1º grau. Fim! Sozinho em casa 1 resolvido. Acabou a festa.

Nem haveria tempo para assaltos a moradias.

Ainda por mais, estamos a falar de uma mãe que já tinha a seu cargo 8 crianças! Já deveria estar mais do que sinalizada pela Segurança Social.

É o país que temos.

 

Mas voltando ao filme e ignorando o facto de nesta sequela a mãe voltar a "perder" exactamente o mesmo filho em 8, o que induz que se calhar até nem é assim tão involuntário da parte dela perder aquele, vamos tentar analisar o comportamento deste menor que vive sem qualquer tipo de referências parentais.

Primeiro, e isto tem de ser dito: O pai é um banana. É verdade! Tem 2 falas em cada filme.

A mãe por sua vez fala muito. Mas tem um problema, perde mais vezes uma criança de 10 anos do que as chaves de casa. Pode ser chato.

 

É portanto natural que esta criança sofra de graves problemas mentais. E sofre. Claro.

É que ao contrário das crianças da sua idade, este pequeno rebento quando olha para berlindes, não pensa em brincar com eles. Não. Pensa sim como podem ser bastante úteis se colocados à saída de uma banheira, ou perto de umas escadas para outras pessoas caírem.

Além disso acha normal e divertido mandar tijolos à cara de adultos.

E porque não electrificar uma porta? Eu próprio estava sempre a pensar nisso enquanto via o Rei Leão.

Tudo normal portanto. Uma criança de 10 anos vulgar, em pleno Natal.

 

Mas sabem o que mais assusta neste filme? Principalmente nesta sequela?

É que este pequeno psicopata loirinho tem dezenas de oportunidades para chamar as autoridades e informar que foi abandonado pela mãe. Mas não. Nem pondera essa hipótese.

Em vez disso, por sua iniciativa, resolve criar todas as artimanhas possíveis para viver à custa do cartão de crédito do pai, no hotel mais caro da cidade e criar novas e preocupantes armadilhas para voltar a torturar os mesmos delinquentes do primeiro filme.

A psicologia explicará melhor o problema desta família disfuncional, mas sabemos que algo está mal com um filho nosso quando este, com 10 anos, pensa em regar uma corda com um produto inflamável para depois, quando dois bandidos descem por ela, riscar um fósforo e dizer: Feliz Natal!

 

Um filme natalício. Dizem.

 

Mas o que mais adoro é a forma como termina. Sempre pleno de moral. 

 

E assim ao fim de 2 horas de violência pura de um menor sobre dois adultos, a família volta finalmente a unir-se numa imagem bonita de família feliz e de forte mensagem natalícia, em que a mãe delinquente abraça o seu filho psicopata, na presença do seu pai banana, sempre, mas sempre, calado.

 

Que comoção. Que bom o Natal. O Natal é isto!

 

Perfeito, perfeito, era só mesmo aparecer o Donald Trump!

 

 (imagem)

A sério?

 

Bom, uma coisa é certa, para o ano há mais...

 

Isto, se a segurança social deixar.

 

P.A.

Qua | 19.12.18

O Natal e a Passagem de Ano

P.A

Com o aproximar do fim de ano existem  3 coisas que não falham: O Natal, A passagem de ano e uma lista de objectivos falhados, feitos no ano anterior.

 

Mas não é da minha falta de controle em ser educado enquanto conduzo que prometo todos os anos que vou melhorar que vos vou falar hoje. Ou da promessa de comer menos chocolates. Ou mesmo da minha tentativa de deixar de ser tão sexy.

Esta última então, tenho falhado redondamente. 

 

Prefiro falar-vos do Natal e da Passagem de Ano. Essas duas festividades separadas no tempo por apenas uma semana, mas completamente opostas.

 

O Natal aparece primeiro, como uma espécie de festa irmã mais velha, mandona, mais rígida, mais séria na forma como se festeja. "Todos à mesa meninos!", "Só se podem abrir as prendas depois da meia noite!", "Não voltes a puxar a cadeira da bisavó senão ela cai outra vez Pedro!" São alguns dos exemplos que ouvimos nesta festa armada em irmã mais velha.  Onde é normal subornar crianças a conviver com a madrinha do primo da sogra do pai em troca de prendas e doces e os adolescentes só estão presentes fisicamente, uma vez que só se riem para o smarphone e nem se apercebem que ali, mesmo ao lado, o Pedro já voltou a tombar a cadeira da bisavó.

 

A televisão está ligada toda a noite e independentemente do canal, está a dar um qualquer "Sozinho em Casa". Em que o espírito de Natal se resume a uma família disfuncional em que os pais se esquecem sempre e somente daquele filho em particular e nunca das chaves de casa.  Claro que o rapaz tinha de ficar com sequelas e acha normal usar o cartão de crédito do pai para comprar armadilhas para ladrões, além de pensar que só se pode desejar Feliz Natal depois de se atirar um tijolo à testa de alguém.

 

A Passagem de ano por seu lado é a festa rebelde desta última semana do ano. Depois daquele sufoco familiar que foi a noite de Natal na semana anterior. É também a altura do ano em que as crianças saiem do casulo e se tornam oficialmente adolescentes e aprendem finalmente a arte de negociar presenças em eventos familiares. Em que os pais ouvem escandalizados pela primeira vez algo como: "Pai, Mãe, Eu passei o Natal com vocês, agora vou passar a passagem de ano com os meus amigos!".

 

Os mais velhos por sua vez, ficam sozinhos. E a bisavó do Pedro passa finalmente uma noite descansada, pelo menos até acordar com o último foguete do fogo de artifício das 0 horas.

 

Se por um lado é possível deixar as compras de Natal para a última e não ser notado, na passagem de ano, basta ver quem está no Terreiro do Paço.

 

Parece uma reunião de "Deixei para a última e Não Arranjei nada Melhor" Anónimos.

 

Se estão a ler isto e ainda não marcaram onde vai ser a passagem de ano deste ano, não se preocupem, encontramo-nos no terreiro do paço.

 

P.A

 

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Este foi o 27º texto da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com a Rita da Nova. A ideia é irmo-nos desafiando uns aos outros através da escrita e escrevermos sobre temas que saem um pouco da nossa zona de conforto ou registo. Mas não só entre nós! Vocês também podem sugerir temas e escreverem também se gostarem das sugestões!

Este tema foi minha sugestão, vejam o que Rita escreveu no blog dela! 

Qua | 05.12.18

O melhor presente para este Natal

P.A

Chegou Dezembro e com ele, além do frio, chuva, nevoeiro, trânsito, acidentes e presidentes chineses, chega também a nós o nosso querido Natal.

 

Natal esse que antigamente se regia pelo espírito e convívio familiar e agora se transformou na desculpa de ouro para os mais novos pedirem a password do wifi ao tio que afinal é primo, cujo nome dele não se recordam.

Para assim, de password na mão, poderem passar finalmente o seu Natal em família.

 

No Instagram.

 

Mas não só de pessoas reunidas à mesa a olhar para o telemóvel se constrói o Natal. Falo claro da comida.

Sendo esta uma celebração religiosa, é como se estivesse abrangida por uma espécie de amnistia alimentar, um manto protector de calorias, em que o pecador não se sente pecador por pesar 132 quilos e mesmo assim devorar aquela mousse sem talheres ou destruir com os dentes toda uma equipa de futebol de pais natal de chocolate sem dar conta. Como se os triglicerídeos e os diabetes nessa noite também tivessem feito as malas e ido passar o Natal fora com a família e nos deixado em paz.

 

Bom mas pecados alimentares à parte vamos lá falar do que todos mais esperam e do que realmente importa no Natal: Prendas.

 

Não sei se já repararam mas existem dois tipos de pessoas a receber prendas de Natal, as sinceras e as que depois de descobrirem que receberam mais um par de meias, fazem cara de busto de Cristiano Ronaldo e dizem coisas como "Uau este é o melhor presente deste Natal..." seguido de uma longa pausa, ou a minha preferida quando a prenda é realmente muito má "Meias... Dá sempre jeito... ".

 

Interrogo-me sempre todos os anos se deveríamos misturar o Natal com a arte de trocar prendas, sendo este um dia onde se respiram sentimentos positivos, o processo de troca de prendas pode levar a alguns pensamentos não tão natalícios e mais próximos de um título sonante da CMTV.

No entanto, antes de começarmos a pensar mal daquela pessoa, que nos voltou a oferecer meias pelo 23º Natal consecutivo, façam como eu, pensem que para ali estar, ela sobreviveu à ultima Black Friday. #respeito

 

Mas o que é afinal o melhor presente para este Natal? O vosso não sei, mas o meu é simples.

 

Spoiler: não são meias.

 

Nem inteiras. Nem mais trocadilhos secos.

 

Na realidade até é simples e infelizmente para quem lê vou soltar agora o meu lado Gustavo Santos:

o melhor presente para este Natal é...

 

Estar presente.

O presente chama-se presente porque na realidade estarmos presentes é o melhor presente que podemos dar a outro.

Neste Natal estejam presentes. E aproveitem bastante a vossa família.

 

E assim se obriga o Gustavo Santos a escrever outro livro.

 

( imagen )

 

P.A.

( mas também me podem oferecer um cd do Toy )

 

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Este foi o 26º texto (um ano já!) da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com a Rita da Nova. A ideia é irmo-nos desafiando uns aos outros através da escrita e escrevermos sobre temas que saem um pouco da nossa zona de conforto ou registo. Mas não só entre nós! Vocês também podem sugerir temas e escreverem também se gostarem das sugestões!

Este tema foi sugestão da Rita, vejam o que ela  escreveu no blog dela! 

O próximo tema para daqui a duas semanas já deves ter adivinhado Rita...vamos falar sobre a Passagem de Ano!