Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

Qua | 28.03.18

Palavras Cruzadas // O Meu Super-Poder Humilde

P.A

Paz no mundo e acabar com a fome.

 

Pronto já está.

 

Vá, um destes era certo. 

Pelo menos se eu fosse uma rapariga assim para o engraçado, com uns sexys 1.77 e com umas honrosas e firmes medidas 86-60-86. Mas como não sou, nem estou a pensar vir a ser a próxima Miss Mundo, até porque ter barba acho que desconta logo 5 pontos, vou ter de deixar de seguir o guião das temporadas anteriores destas meninas e improvisar como aqueles senhores da Assembleia da República TV.

Mas atenção pessoa que me lê, não estou a dizer que não desejo a paz no mundo, nem que a fome não seja, por incrível que pareça nos tempos que correm, um dos nossos mais graves problemas, mas para isso já temos as tais Misses. É exactamente para isso que elas servem e nasceram.

Se agora me meto fora de mão, era como estar a tirar o apito ao polícia sinaleiro. Perdia todo o interesse.

Pelo menos para mim.

Ia ficar só a ver mulheres deslumbrantes a desfilar em biquíni?

Claro que não.

Portanto, além do super poder da sinceridade absoluta que acabaram de me conhecer, tenho de vos confessar que adoraria conseguir manobrar o tempo.

"Mas ias evitar as duas grandes guerras?" ou "Evitavas que os russos elegessem o Trump?" ou "Não deixavas o Jardel, o Mourinho, o Deco, o Maniche, ... irem para o Porto para depois ser o glorioso a ganhar a Champions?"

Não. E embora a última seja de facto algo que ainda hoje me tira o sono, utilizaria este super poder de forma bem mais humilde e por motivos de força [ainda] maior.

 

Dou-vos um exemplo de utilidade em pleno ensino secundário: Pararia o tempo.

"Para evitares situações de bullying sobre pobres crianças indefesas na escola?" Também não.

Na minha altura nem sabia bem o que isso era e até tinha outro nome, acho que se chamava de "Intervalo". A malta gostava.

Alguns.

Eu pararia o tempo para algo bem mais digno.

Em pleno exame, cerca de 5 minutos para o fim, parava o tempo.

Levantava-me do meu lugar, escolhido propositadamente na ala oposta ao crânio da turma para não dar nas vistas e deslocava-me até lá para ver se o crânio tinha errado muitas, para assim o poder ajudar, coitado.

Depois de tudo confirmado, voltaria ao meu lugar de consciência tranquila que tinha feito uma boa acção e que graças a mim o crânio da turma iria ter a mesma nota que eu.

Missão cumprida.

 

Além deste serviço público de parar o tempo, também seria capaz de Voltar ao Passado.

"Para veres como os teus avós se conheceram?" ou "Para viveres a vida no limite que é não ter rede nem Internet no smartphone?" ou "Para veres o Eusébio a marcar 3 à Coreia?"

Lamento. Sou bem mais poupado na gasolina do tempo.

Só precisava de um papelinho.

Apontava a chave do euromilhões do último jackpot e viajava para o dia anterior ao sorteio. Não pedia mais.

 

"Então agora está-se mesmo a ver que vais falar de viajar ao futuro?"

Nem pensar! Nisso já não me meto.

 

Não quero tirar o apito à Maya.

 

 (imagem)

P.A

 

_____________

Este foi o nono texto da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com a Rita da Nova. A ideia é irmo-nos desafiando uns aos outros através da escrita e escrevermos sobre temas que saem um pouco da nossa zona de conforto ou registo. Mas não só entre nós! Vocês também podem sugerir temas e escreverem também se gostarem das sugestões!

Esta semana tive eu o super poder de escolher o tema. Podem ver como a Rita respondeu no blog dela.

Fico a aguardar tema para a próxima Rita!

Qua | 21.03.18

Começou o Festival de Primavera

P.A

Nem dei muito por ela, mas parece que começou ontem e a horas.

 

Sejam então muito bem-vindos a uma nova edição do "Sofre In Primavera".

 

Alergias, borbulhas e tosses, tudo está a ser preparado com muito cuidado para receber mais uma edição do "Sofre in Primavera 2018". Este ano num espaço totalmente remodelado e bem mais poluído como convém, com um cartaz de fazer inveja a outras estações do ano.

Apresentam-se como cabeça de cartaz nas primeiras semanas, os repetentes "Falta de Ar" que, tal como em edições anteriores, garantem muitos saltos fora de ritmo das cadeiras e prometem um concerto de cortar a respiração ao som do novo álbum "Sem inspiração".

Os renovados "Conjuntivite" com a sua balada "Olhos de salmão" e os eternos "Acne" com o fantástico "Não rebentes que é pior" são as grandes apostas para os últimos dias. "Suores frios" e "Alguns Espirros" também vão marcar presença.

Para quem não aprecia este tipo de eventos, poderá optar ainda pela tenda alternativa, dedicada a temas menos temáticos, liderados pelos "Temos bons genes" e a sempre tocada "Nunca tive alergias" ou pelos "Mete Nojo" com a sua "Nem na adolescência tive borbulhas".

Os mais novos também não foram esquecidos nesta edição e poderão encontrar por todo o complexo diversos insufláveis totalmente produzidos à base de pólen e pêlo de gato.

 

Não deixem passar esta oportunidade! Venham e tragam a família toda!

 

Participem já na edição deste ano do Sofre in Primavera!

 

Bilhetes à venda nas urgências do costume.

 

 

 (imagem)

 

 

E sim têm internet grátis.

A password é Santinho.

 

S grande.

 

P.A

Qua | 14.03.18

Palavras Cruzadas || Aquele brinquedo que eu sempre quis

P.A

Estávamos algures na década de 90. O ano não sei ao certo.

Lembro-me sim que acordava sempre cedo aos fins-de-semana. Pela manhãzinha.

Mesmo naquelas manhãs que dói acordar, eu estava lá.

Mais ou menos agasalhado, lá estava eu a carregar no botão da TV às 7:30 em ponto.

Acordava sempre com sede. Muita sede.

 

Muita sede de desenhos animados. Mas também por aqueles anúncios sempre temáticos plenos de bonecos e brinquedos novos feitos à medida para nos obrigar a fazer birras nos hipermercados. Então quando aparecia o novo Megazord, começava logo a pensar como iria berrar ou esbardalhar-me todo no chão a chorar e a bater com os pés, por forma a envergonhar ao máximo os meus avós para o comprarem. No fundo como um avançado do futebol dos tempos modernos, quando está na grande área e sente um ligeiro toque, à espera de convencer o árbitro.

Ah bons tempos de chantagem infantil.

Mentira. Lembrava-me sim, do cartão amarelo pela simulação, que é como quem diz, do chinelo da minha avó.

E aí sim, chorava.

Mas adiante.

 

No meio destes anúncios todos, também não papava tudo.

Por exemplo, nunca percebi a necessidade de afirmação da Barbie e das suas 324 profissões, ou porque motivo o carro vermelho era do Ken, mas só aparecia a Barbie a andar nele, ou até mesmo o porquê daqueles Nenucos que ora urinavam, ora faziam sons sinistros, e depois mais tarde via-os na rua, abandonados, de olhos furados a olharem para mim de forma demoníaca.

Como é que alguém tinha uma coisa daquelas em casa? Nunca percebi.

Urinam-se, fazem barulho e depois de usados, são vendidos como adereços de filmes de terror. - Perfeito, é isto mesmo que vou comprar para a minha filha.

 

Mas sendo justo, já na altura era fácil perceber se ia gostar ou não de um anúncio de brinquedos. Se o fundo do anúncio fosse rosa, já sabia que não valia a pena. Já quando era azul ou neutro, ficava automaticamente colado à TV.

E quando digo TV, sim aquelas antigas 4:9, com uma bunda avolumada, que o meu braço de criança não chegava atrás para ver se a antena estava bem ligada.  

 

E foi no meio de um destes anúncios de cor neutra que surgiu um brinquedo. Um brinquedo que ainda hoje sei toda a letra da música do anúncio. Um brinquedo que nunca usei, que nunca vi fora da caixa, que nunca toquei ou vi alguém tocar na minha presença.

Um brinquedo que ainda hoje existe à venda e lhe pisco o olho quando vou às compras.

 

Um brinquedo que eu sempre quis, mas que por isso mesmo nunca o comprei.

 

Para nunca estragar a sua magia.

 

Falo-vos do sempre simpático:

 

 

 

 

P.A

 

_____________

Este foi o oitavo texto da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com a Rita da Nova. A ideia é irmo-nos desafiando uns aos outros através da escrita e escrevermos sobre temas que saem um pouco da nossa zona de conforto ou registo. Mas não só entre nós! Vocês também podem sugerir temas e escreverem também se gostarem das sugestões!

Esta semana escolheu a Rita. Podem ver como respondeu no blog dela.

Para daqui a duas semanas, vamos falar de super-poderes. Se pudesses ter um, qual seria?

Nota: Não conta o de aturar o Guilherme...