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A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

A minha namorada apanhou o bouquet

Um local de paz e reflexão, mesmo tendo ela apanhado o bouquet.

Qua | 28.02.18

Palavras Cruzadas - Ser convidado para um casamento

P.A

Novo ano, novos casamentos.

Tudo normal.

Estamos em Fevereiro e fui convidado para um casamento.

Mas desde que um bouquet de noiva mudou a minha vida e me tornou exactamente na mesma pessoa, só que com um blog para alimentar, que passei a receber os convites com um sorriso "diferente" na cara.

Em criança ir a um casamento era como ser um anexo de uma casa. Os protocolos formais de apresentação, limpeza impecável e as facturas chatas da electricidade e água, eram todas responsabilidade da casa principal. O anexo, esse é apenas um anexo. Tem apenas usufruto para diversão total.

Eu era esse anexo. Divertia-me a dançar, divertia-me a cantar e divertia-me particularmente, eu e a minha roupa, a comer mousse de chocolate às colheres.

E tudo sem sequer saber o nome dos noivos. Era perfeito.

Sem saber, na minha inocência, atingia o expoente máximo da diversão num casamento.

E sem álcool.

 

Depois fiquei mais velho. E ir a casamentos começou a tornar-se numa ocasião para pôr a conversa em dia com primas que iam sempre aparecendo, de 34º grau.

Conclusão. Comecei a beber.

E voltei a divertir-me.

Pelo menos é o que me dizem.

 

Entretanto no meio desta gestão de diversão inversamente proporcional ao número de primas novas, comecei a ir "enamorado" a casamentos. E descobri que já não era preciso beber tanto.

As primas falavam agora com a namorada e eu já tinha tempo para me voltar a divertir, eu e a minha roupa, a comer mousse de chocolate às colheres.

 

E tudo corria bem, voltava agora a recordar o P.A cachopo feliz em casamentos, até que, ela apanhou o bouquet.

 

O resto vocês já sabem.

 

Voltei a beber.

 

 

P.A

Só mais uma coisinha...

Tenho uma dúvida para os casamentos em 2018. Não sei se alguém me pode ajudar?

Podemos levar animais de estimação ou não? Ou depende da Quinta?

 

 (imagem)

 

_____________

Este foi o sétimo texto da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com a Rita da Nova. A ideia é irmo-nos desafiando uns aos outros através da escrita e escrevermos sobre temas que saem um pouco da nossa zona de conforto ou registo. Mas não só entre nós! Vocês também podem sugerir temas e escreverem também se gostarem das sugestões!

Esta semana escolhi eu. Podem ver como respondeu a Rita no blog dela.

Depois deste castigo, estou para ver o que vem daí Rita!

Qui | 22.02.18

A insustentável leveza do Ter

P.A

Desde a sua génese que o ser humano sempre desejou ter. E ter mais. E ainda um pouco mais.

Até já podia ser dono de meio mundo e ter muito. Mas faltava-lhe sempre qualquer coisa.

Esta sensação de desejo do desconhecido, de borboletas na barriga pela posse alheia, da galinha da vizinha ser melhor do que a minha, ou no caso de alguns adúlteros, a vizinha apenas, sempre nos acompanhou e acompanhará até ao fim dos nossos dias.

Até mesmo a Eva, tendo todo um paraíso para usufruir, quis ter exactamente aquilo que não podia e o Adão também não se fez nada rogado, e foi logo na conversa.

Conclusão, castigados. E bem.

 

Mas se não tivessem feito como o Bruno Nogueira e o Miguel Esteves Cardoso todas as terças-feiras à noite da RTP, estaríamos todos por esta hora ainda em casa dos nossos pais. E Deus estaria no seu sofá divino a receber o abono de família desta gente toda.

Por isso nem tudo foi mau. Aprendemos com este exemplo a ser independentes. A viver à nossa custa. E mais importante, a descontar para a Segurança Social.

No entanto nem tudo é maravilhoso. E ainda hoje temos humanos que continuam a sair de casa dos seus pais, apenas com uma parra à frente e com sorte, outra atrás.

 

Mas um dos efeitos mais impressionantes desta insustentável leveza do Ter, pode ser encontrado diariamente, em conversas banais entre amigos. Conseguimos apenas pela posse, caracterizar uma pessoa. Dar-lhe alma e até saber como pensa. 

No fundo, talvez moldados pelos nossos antepassados, tornámo-nos numa espécie de psicólogos de bens materiais:

 

- Olha lá tu conheces o Manel, o primo da Carolina?

"Ui esse? Esse, cuidado com ele!"

- Então?

"Só veste roupa de marca..."

 

Nunca mais vi a Maria, tens falado com ela?

"Não soubeste?"

- Não! Que se passou?

"Ela agora é famosa! Já não nos deve falar!"

 

- Sabias que o António comprou mesmo um descapotável?

"Coitado, está mesmo na crise da meia idade..."

 

Nesta última conversa até parece que estou a imaginar o fim da sessão de terapia do António num psicólogo desta área:

 

Olhe eu estive a ouvi-lo e vou-lhe receitar aqui um Opel Corsa de 1996.

"Então já sabe o que é? É muito grave senhor doutor? Vou-me curar?"

Ainda é cedo para ter certezas senhor António, mas você ande com ele duas vezes por semana e volte cá daqui a um mês para eu o voltar a ver. Se estiver a resultar aumentamos a dose. Mas é preciso ter cuidado com este tratamento.

"Muito obrigado Senhor Doutor."

 

Ah e já agora devia mudar de perfume também.

"É por ser de marca não é Senhor Doutor?"

Não, cheira mal.

 

 (imagem)

 

P.A

 

- Olha lá mas quem é afinal este P.A?

"É um parvalhão qualquer que desde que tem um blog, acha que tem piada a escrever."

 - Aposto que nem namorada tem!

Qua | 14.02.18

Cuidado, hoje é dia de se levar a mal

P.A

Se ontem foi terça-feira de Carnaval e ninguém levou nada a mal, hoje, e apenas 24 horas depois, já não é bem assim. 

Cuidado. É que já se voltou a levar a mal.

Por exemplo, se hoje a sua chefe de escritório lhe aparecer à frente vestida de enfermeira, já não é a brincar. É assédio.

Ou se aquele seu colega ateu aparecer vestido de padre no trabalho, já não é a brincar. É blasfémia.

Ou se por exemplo, filmar uma criança a fazer birra e uma super psicóloga de óculos aparecer e mandá-la sentar-se no banquinho do castigo, também já não é a brincar. É proibido.

 

Ou até mesmo se tiver o grande "azar" de se cruzar com uma senhora sem roupa na rua, apenas com tinta no corpo, a dançar, para não ter frio...Bem, hoje já é outra coisa também.

 

Até a EMEL mudou. Hoje, já multa outra vez.

 

Enfim, o dia de Carnaval quer queiram, quer não, é um dos dias mais importantes da nossa sociedade. Primeiro porque funciona como uma espécie de cartão de "Está livre da prisão" em que é permitido sair da casca e fazer algumas coisas que não nos são normalmente permitidas. [sem consequências de maior]

Depois porque é um dos principais responsáveis pelo pico de nascimentos em Outubro e Novembro.

E o Portugal envelhecido agradece.

Sem consequências de maior.

 

Além disso, é a única notícia de Esposende que se tem por ano. Tenho lá amigos e é bom saber que estão bem. 

 

Mas este agendamento de 2018 foi terrível. O algoritmo do dia de Carnaval fez asneira.

E da grossa.

É que por consequência hoje é dia de recuperação da galhofeira de ontem. De voltar aos eixos. Mas também de estar cansado e cheio de olheiras. É dia de se levar a mal, estar feio, farto e de querer estar mas é sossegado.

Não é dia para ir comprar corações fofos vermelhos. Nem rosas perfumadas. Ou escolher um local romântico para jantar, quando está previsto que se vão perder os sentidos pouco depois das 21h.

 

 

Que ideia foi esta de marcar o dia de Carnaval para a véspera do dia dos Namorados?

Que tipo de humor sádico é este?

 

É que nem era preciso ter sido Carnaval ontem.

Ser dia dos Namorados é já peso suficiente para suportar.

 

Mas pronto, se calhar também não é bem assim.

 

Sou só eu hoje, a levar isto tudo a mal.

 

 (imagem)

 

 

P.A

Qua | 07.02.18

Palavras Cruzadas - Qual é o seu tipo de pessoa?

P.A

Ao longo da nossa vida vamos olhando para o que nos rodeia, sempre com um espírito crítico de análise, de tomada de decisão sobre algo que se passa, tentando sempre pensar bem, ponderando, para assim, por fim, tomar uma posição. A nossa posição.

A "alegadamente" correcta.

Depois de a elaborarmos podemos elogiar, ou cortar a direito na casaca, ou até mesmo em casos de sedução avançada, se nos agradar, piscar o olho de forma sedutora [coisa que nunca consegui concretizar sem me perguntarem se estava bem] ou então optamos por ignorar aquela frenética dança do amor daquele parceiro/a mais pateta que não nos interessa assim tanto e seguimos a nossa vida.

Enfim, uma paleta de situações e acções que poderia continuar aqui a conjugar no gerúndio apelando às minhas ligações alentejanas, mas que ao fim ao cabo resultam naquilo que nos caracteriza e define como indivíduos. Aquela coisa a que vulgarmente chamamos de personalidade. Essa colectânea de atitudes que nos define.

 

Na realidade tudo o que nos rodeia resulta em primeira instância numa divisão em dois. Dois tipos de pessoas. O chamado peixe ou carne. Não me venham com as 50 Sombras de Grey ou como se diz em português do Brasil, 50 tons de cinza, que ali é que não há mesmo dúvidas. O homem é maluco, pronto. Não são tons de cinza. São alguidares de parvoíce.

Eu sei, "mas ele é sexy", "ele é um pão", e esta que adoro: "ele é um bocadinho atrevido", o que o sexo feminino lhe queira chamar. Mas acima de tudo é, e digo isto de forma respeitosa, maluco.

 

O que acabei de fazer agora foi exactamente catalogar alguém. Analisei o comportamento e tomei uma opinião. Acabei de me tornar num tipo de pessoa. Os que catalogam. O Grey é maluco.

Sendo que estas coisas dos tipos de pessoas funcionam como a terceira lei de Newton, vulgarmente conhecida por par acção reacção, se existem uns que catalogam, outros, por oposição, vão odiar catalogar.

 

Depois temos a célebre história do copo meio cheio e meio vazio, o optimista e pessimista, da constante luta do bem contra o mal, das pessoas boas e das pessoas más ou até mesmo as pessoas ditas normais e os e as Greys da nossa vida.

 

Na realidade não existem só dois tipos de pessoas. Existem inúmeras tipologias, inúmeros adjectivos qualificativos na nossa língua, mas surgem sempre emparelhados dois a dois.

 

Tal como agora me tornei uma pessoa que acha que existem sempre dois tipos de pessoas para cada caso, existirá naturalmente quem discorde. E são exactamente estes caminhos, estas ramificações em constantes escolhas boleanas do nosso dia-a-dia de "sim ou não concordo", que no fim resultam no nosso real e único tipo de pessoa: 

 

Nós próprios.

 

Uma grande sopa de tipos.

 

 (imagem)

 

 

P.A

 

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Este foi o sexto texto da rubrica Palavras Cruzadas, criada em parceria com a Rita da Nova. A ideia é irmo-nos desafiando uns aos outros através da escrita e escrevermos sobre temas que saem um pouco da nossa zona de conforto ou registo. Mas não só entre nós! Vocês também podem sugerir temas e escreverem também se gostarem das sugestões!

Esta semana escolheu a Rita. Podem ver como respondeu no blog dela.

Rita, já sabias que este dia ia chegar eventualmente não é?

Fala-me, por favor, de como é ir a um casamento como convidada (com a apanha do bouquet incluída!) Mas com calma! Pode ser só para dia 28, Quarta-feira!